quinta-feira, 8 de julho de 2010

POEMA DE LEMBRAR

No petisqueiro,
Belinha guardava douradas bananas,
Rapadura dura e batida,
Mel de uruçu, de engenho
E farinha.

Do corredor miúdo, sentia-se
O aroma exalado pelo móvel
Mais cobiçado da casa.

À tarde, os tesouros, trancados à chave,
Eram retirados, em liturgia, e distribuídos
Em fartas porções.

Amava o cheiro das bananas
Amassadas e cobertas com açúcar cristal.

Já no fogão - para o jantar -
Arroz de leite, jerimum caboclo,
Bife de carne verde.
De sobremesa -
O beijo da minha avó.

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